E eu: me conheço?
E eu? Tenho a tendência natural
de analisar os outros pelos seus traços mais expostos de expressões ou de
personalidade, mas e eu? Não costumo me analisar. Talvez eu fuja de um possível
encontro de mim comigo mesmo e, quem sabe, me conhecer não seja tão bom assim
quanto parece ser. O conhecimento pessoal transcende qualquer coisa, busca os
pontos mais obscuros e traduz em saber o que está escondido à sete chaves o
que, inconscientemente, escondemos. Conhecer-se é dar a luz aos nossos olhos
daltônicos, é atravessar um bosque cheio de dúvidas cruéis a respeito de si e
do mundo. E, acreditem, isto é muito mais profundo. Requer uma meditação
trabalhosa, vagarosa e pode ser que o resultado não seja satisfatório. Saber se
enxergar é muito mais do que se ver. É a possibilidade de ter o conhecimento
dos seus pensamentos mais insanos, sórdidos e loucos e das suas ações mais
inesperadas, que, no momento do autoconhecimento, não se tornam mais tão
inesperadas assim. Saber, conhecer os outros é fácil. Partimos do momento em
que aquela pessoa apresenta o resultado da ação, então, de certa forma, fica
fácil raciocinarmos, julgarmos quando temos uma fórmula pronta. É como um
cálculo de matemática com o resultado. Entretanto, conhecer-se transcende
qualquer fórmula, qualquer processo imaturo. Saber quem você é ou quem deixou
de ser é a complexidade resumida. É um resultado inesperado de ações tuas.
Poderás te sentir um idiota depois de saber quem você é. Porém, poderás te
sentir extremamente feliz e, quem sabe, um rei ou uma rainha. Poucos são os que
se deixam conhecer-se. Talvez para não haver qualquer decepção. Os que
conseguem merecem aplausos. Mas, e eu?
Texto: Matheus Bandeira
Projeto Clicks&Teclas
Mas, e eu?
ResponderExcluirPonto para esse post. Lindo texto.